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O desafio de medir saúde com base em valor
   
    Cesar Luiz Abicalaffe falou sobre saúde baseada em valor e modelos de remuneração    
 

Embora os sistemas de saúde de muitos países ainda estejam em fases iniciais da implementação do modelo de cuidado baseado em valor (VBHC), ele tem se mostrado relevante para demonstrar resultados qualitativos que tirem o foco da quantidade de serviços prestados e revelem impacto para a organização de acordo com a experiência dos pacientes e os desfechos.

César Luiz Abicalaffe, autor do modelo GPS.2iM© para avaliação de desempenho e pagamento por performance em saúde, explicou que existem três princípios fundamentais para o VBHC: padronização na procura pelos resultados e custos do cuidado; definição cuidadosa dos segmentos populacionais (diagnóstico e perfis de risco); e intervenções específicas por segmento em todo o ciclo de cuidado.

De acordo com Abicalaffe, o ponto crítico da atual mensuração é que as organizações medem coisas erradas de um jeito igualmente incorreto. Por isso, o setor deve buscar uma gestão que priorize desenlaces importantes para os pacientes em relação aos seus custos.

Para ele, o VBHC é a alternativa para a busca da sustentabilidade, mas existem importantes desafios estruturais que dificultam a implantação do modelo, apesar de serem superáveis: culturais e legais (transparência, falso conforto no status quo); de gestão (soma zero, cultura do mercado, desfecho da entrega); e de ausência de dados.

Mediada pelo diretor Executivo da XHL Consultoria, Eduardo Regonha, a plenária seguiu com uma série de perguntas sobre questões como a tendência futura de transferir parte do risco de performance e da responsabilização pelo cuidado aos prestadores, modelo de pagamento baseado em valor, associado à métricas de valor associadas a uma remuneração variável.

Por fim, Abicalaffe encerrou sua apresentação citando Walt Disney e sua famosa frase “o melhor jeito de começar a fazer algo é parar de falar e trabalhar”.